Em entrevista exclusiva, Ferro recordou a sua passagem pelo Benfica, tendo feito a estreia na equipa principal no dia 6 de fevereiro de 2019, no desafio com o Sporting, para a primeira mão das meias finais da Taça de Portugal.
Entrou, ainda, no decorrer da primeira parte, para o lugar do lesionado Jardel. A partir de então, não mais largou o lugar, formando dupla no eixo defensivo com Rúben Dias, com quem tinha jogado no período da formação.
O primeiro ano foi de absoluto sucesso, com a conquista do título nacional e a chamada aos trabalhos da seleção nacional, então orientada por Fernando Santos.
Na época seguinte, Ferro manteve a titularidade e ajudou o clube da Luz a vencer a Supertaça, com goleada (5-0) aplicada ao Sporting.
No entanto, o rendimento desportivo do Benfica não foi o mesmo, nomeadamente, no regresso à competição, durante a pandemia Covid-19. Os encarnados perderam a vantagem e, consequentemente, a liderança para o FC Porto, de Sérgio Conceição, que viria a ser o campeão nacional.
Nessa altura, Ferro foi um dos jogadores visados pela crítica, e a derrota (0-2) com o Marítimo, na Madeira, para a 29.ª jornada do campeonato, acabou por precipitar a saída de Bruno Lage do comando técnico.
O defesa-central assumiu que acusou a pressão, no momento, recordando a relação com Bruno Lage, o técnico mais "marcante na carreira".
"A culpa não é do mister Bruno Lage. Ele nunca me apontou nada. Haverá sempre uma relação pela positiva, e não o contrário", começou por dizer o jogador, reagindo à recente demissão do sadino, cedendo o lugar a José Mourinho.
"Em relação à saída dele, são opções, como vai acontecer sempre, seja no Benfica, no FC Porto, no Sporting, no Estoril... As decisões de quem joga e de quem não joga, se o treinador fica, se o treinador sai, não sou eu que tenho de comentar", sustentou.
Ainda sobre o Benfica, Ferro admitiu que a segunda metade da época 2019/20 o marcou, a nível pessoal, salientando a falta de apoio da estrutura encarnada, quando era jovem.
"Na altura, fiquei com um bocadinho de mágoa, mas também era muito novo para perceber, para também entender o que é o mundo do futebol. Mentalmente, caí. Os sonhos que eu achava, na altura, que podiam ser realizados, não aconteceram", recordou.
A carreira passou por Valencia (Espanha), Vitesse (Países Baixos) e Hajduk Split (Croácia), antes do regresso a Portugal, na época passada, ao serviço do Estrela da Amadora, clube com o qual acabou por rescindir contrato, no início do verão passado.
Atualmente, o defesa-central assumiu-se como um dos indiscutíveis no onze do Estoril, escalado pelo técnico Ian Cathro, tendo participado já em seis dos oitos jogos realizados, no campeonato.
"Neste momento, gosto muito de ser realista, gosto de vir todos os dias para o Estoril, ser feliz a treinar e jogar. Sou grato por isso", completou Ferro.
O Estoril ocupa o 16.º e antepenúltimo lugar da tabela classificativa, com apenas seis pontos. Recorde-se que a equipa canarinha alcançou o oitavo lugar, na época passada, tendo sido destaque pelo futebol atrativo dentro do terreno de jogo.

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